- Então... Você voltou para me visitar. - O rapaz murmurou, sentando-se em uma posição mais confortável no catre pequeno e sujo. Ele sorriu.
A jovem aproximou-se alguns passous e parou, fitando-o por trás das grades. Involuntariamente, seus lábios curvaram-se em um sorriso em resposta ao dele. Ela não reprimiu-se por isso.
- Tinha que vir. - Ela respondeu, sentindo o olhar do rapaz analisar cada traço do seu rosto. - Afinal, nossa relação durou tanto tempo...
- Sentiu minha falta? - Ele arriscou, levantando-se e aproximando-se dela com passos firmes.
Ela fez que não com a cabeça, mantendo um sorrisinho misterioso nos cantos dos lábios. Ele estendeu as mãos, apoiando-as nas barras de metal. Ela imitou o seu gesto, repousando as mãos sobre as dele. Não disseram nada durante alguns instantes, trocando farpas e carícias apenas através dos olhos.
- Encontrei alguém melhor. - Ela explicou, dando de ombros minimamente. - Você sempre disse que não era o meu príncipe encantado e estava certo.
- Veio se despedir? - Ele tentou novamente. Dessa vez, o aceno de cabeça foi afirmativo.
- Espero que possamos ser amigos... Quando você sair daí. - Ela indicou a cela com a cabeça. Ele concordou silenciosamente e eles trocaram um sorriso cúmplice, compartilhando memórias.
Ela passou os braços pelas grades até que as suas mãos tocassem o rosto dele, as pontas dos seus dedos sentindo a barba por fazer, a textura da pele, dos lábios, dos cabelos. Ele aproximou-se, sem muita hesitação, e beijou a palma de sua mão. Ela afastou-se, ainda sorrindo.
- Você vai sentir minha falta. - Ele alertou, dando-lhe um sorriso triste.
- Eu vou sentir sua falta. - Ela lhe confidenciou, já rumando para a saída. - Mas por enquanto estou melhor sem você, Medo.
E assim, sem olhar para trás, ela voltou a cruzar as ruas da cidade. Sabia que algum dia Medo seria solto... Esperava que, quando esse dia chegasse, ela já estivesse pronta para ter uma relação madura com ele - uma amizade onde ele pudesse aceitar sua relação com a Liberdade e ela pudesse perdoá-lo por ter matado a Coragem.
Por enquanto, talvez fosse melhor daquele jeito... Apenas ela e sua Liberdade, descobrindo a vida juntas.
Observação: Texto feito para o Bloínquês.
4 comentários:
Estou seguindo seu blog. É a primeira vez que o visito e fiquei encantada com seus textos. Boa sorte (yn) com este no Bloinquês, ficou muito bom, a relação entre medo e liberdade é difícil, mas é uma das graças da vida. Te cuida ^^
Cara, teus textos me fascinam!
Parabéns menina!
T
Escreves de uma forma que não nos dá saída, minha amiga: amamos seu texto à primeira vista!
GRato novamente!
gilberto (nel mezzo del cammim)
Post Coments:
T
tomei a liberdade de ser seu seguidor...
Espero que me dês esta honra!
Estejas bem agora e sempre!
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