domingo, 23 de setembro de 2012

Noite de domingo, sorriso no rosto...

Eu não sei você, mas eu acho que tem algo incrivelmente sexy em uma garota que não tem vergonha de ser ela mesma - uma garota que admite sem gaguejar que detesta frutas e adora a batata frita com cheddar e bacon do Burguer King, que gosta mais de filmes de zumbi que de romances clichês, que em geral não esconde a própria beleza atrás de maquiagem, que não tem medo de discordar de você, rir da sua cara e lamentar o seu "mau gosto". Mais que isso: Tem algo de encantador em uma garota que te xinga em vez de dizer que gosta de você, que não tem vergonha de te beijar em público, que ri das suas piadas sem graça e fala palavrão, que brinca de guerra de dedão em vez de simplesmente andar de mãos dadas com você, que tem um jeito especial de te olhar quando quer que você a beije, que não sabe dançar e não gostaria de receber flores, muito obrigada. Tem algo de único em uma garota que te intimida ao mesmo tempo em que te deixa à vontade pra falar sobre qualquer coisa, com quem você poderia passar horas conversando ou a quem você poderia beijar por uma tarde inteira, que você quer ao seu lado na madrugada de sábado e na manhã de domingo, que te faz sentir especial em uma manhã chata de segunda-feira. Tem algo de apaixonante em uma garota boba e bem-humorada que se irrita e perde a cabeça de vez em quando, em uma mulher que vez ou outra desce do salto pra brincar de ciranda... Em uma menina real, com defeitos e TPM e brigas com os pais, e que, ainda assim, faz seu coração afundar três centímetros a cada vez que te sorri e te faz acreditar, de alguma forma, que algumas pessoas simplesmente valem a pena.

(Você é bem essa pessoa, meu mô com cara-de-sol...)



"Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria essa vida?
Sei lá, sei lá...
Se há dores, tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me mandam são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu, uma parte
Seria o acaso e não sorte

Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa, hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois
Esse amor..."

(Ainda Bem - Vanessa da Mata)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz..."


Ela tem olhos pequenos, e dez vez em quando, sem motivo, os aperta como se estivesse olhando pro sol. Ela tem mania de mexer no cabelo (no dela e no meu) e de me morder toda vez que me beija... Às vezes de me morder sem motivo, só pra me ver ficar vermelha. Os traços do rosto dela lembram os de uma indiazinha, a risada dela faz cada músculo do meu corpo relaxar, a voz dela me faz pensar em ondas arrebentando em uma praia deserta. Ela detesta frutas... Eu adoro. Ela gosta de carne, eu sou apaixonada por brócolis. Ela toma Coca-Cola, eu bebo suco quase todos os dias. Ela vai sempre ao Burguer King enquanto eu, uma vez no mês, passo no Subway. Ela me pirraça e eu faço cócegas nela, ela ama o meu perfume e eu amo o cheiro dela. A gente vai ao cinema pra não assistir o filme. A mão dela é quente, a minha é gelada... E ela sempre reclama disso. Ela diz que ninguém gosta de mim, eu digo que sei que ela gosta. Ela nega e dá um risinho de lado... E eu sei que estou certa. Ela conta de mim pras amigas, eu conto dela pra minha família e, no fundo, nós duas sabemos que queremos que isso dure. Eu a acordo nos finais de semana às oito da manhã. Ela me chama pra ir ao cinema no meio da semana e eu cancelo todos os meus planos, porque não tem nada que eu queira mais que ficar com ela. O beijo dela tem gosto de infinito e parece nunca ser suficiente - sempre me faz querer mais um pouco e mais um pouco e eu poderia passar um dia inteiro com o sorriso colado no dela se ela deixasse. Ela gosta de comédia, eu gosto de drama. E sempre rio quando penso que ela come pipoca doce no cinema e quebrou a cafeteira de casa. Ela me ignora quando eu finjo que estou brava com ela, e eu sempre termino cedendo e deixando que ela me puxe pra mais perto pela corrente. Ela se faz de ofendida com o que eu digo, mas se deixa puxar de volta pela cintura pra dentro do meu abraço. Ela se preocupa, ela gosta de crianças pequenas, ela me deixa a vontade pra falar de qualquer coisa... Até do quanto eu gosto dela, do quanto qualquer lugar parece certo se ela estiver por perto. Ela é minha menina, minha namorada, meu mô. E eu sou o que ela quiser, mas sou só dela... E, sendo só dela, sou boba e feliz.

"Tão feliz que sou...
Só resta a mim cantar o amor"

(Aurora - Maria Gadú)

sábado, 1 de setembro de 2012

Bom dia, Setembro...


Setembro é um mês que me dá medo. Trinta dias de puro frio na barriga, de arrepios na espinha e pelos da nuca eriçados. Dizem por aí que Agosto é o "mês do desgosto", mas Agosto sempre me deixou com um gosto doce na boca - gosto de chocolate quente debaixo das cobertas em um dia de inverno. Gosto de surpresa. Setembro... Setembro é quando começa a chover. É quando as notícias ruins se aproximam devagarinho, em qualquer sombra que conseguem encontrar. É quando o sol se esconde por uns dias e deixa que o inverno se despeça em grande estilo antes que a primavera tome conta dos corações inquietos. Setembro é quando a vida me pega pelos tornozelos e me vira de ponta a cabeça, até que todos os trocados caiam do meu bolso e eu comece a me sentir enjoada. Setembro é o mês das agulhadas, da falta de ar, do estômago comprimido, da maquiagem borrada, das visitas indesejadas. Setembro sempre foi doloroso. Setembro me dá medo. Hoje acordei com um céu azulzinho batendo em minha porta e o seu gosto ainda na minha boca - gosto doce-doce, com um quê de cigarro bem lá no fundo - e quase não me lembrei que era o primeiro dia de Setembro. Hoje fiquei deitada na cama por cinco minutos a mais, lembrando seu beijo que me tirou o ar, lembrando o sorriso que você me deu com a ponta do nariz tocando o meu, lembrando seu olhar de mulher e sua voz que me faz pensar em ondas arrebentando em uma praia deserta. Hoje é primeiro de Setembro e eu só consigo pensar em você e sorrir feito brisa mansa. É o começo do mês que mais me dá medo, e eu só quero seus dedos entre os meus, seu cheiro na minha blusa e seu abraço quentinho e apertado pra espantar os calafrios. Hoje é oficialmente Setembro, o primeiro dos meus trinta dias de azar, e tudo em que eu consigo pensar é que quero te puxar pra dentro dos meus braços e te chamar baixinho, ao pé do seu ouvido, de "meu mô".

Talvez esse Setembro seja bonito... Se você estiver comigo pra me dar sorte.
Meu mô.

"Yeah, it's always better when we're together
Yeah, we'll look at the stars when we're together..."

(Better Together - Jack Johnson)