segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre amizade...

A madrugada já vai alta quando paro para pensar em você. Acho que a culpa é desses pontinhos brilhantes no céu, que sorriem para mim do lado de foras das janelas, através das cortinas só meio fechadas. Eles me fazem lembrar uma garotinha que sentou ao meu lado quando a noite já ficava fria e disse que era uma pena não conseguir ver as estrelas naquele ponto da cidade... Mas que era sempre um conforto lembrar que elas estão lá mesmo quando não podemos vê-las. Pode ser que dela só tenha me sobrado a saudade depois daquele abraço de despedida - despedida de mim e daquele prédio azul e verde - mas é certo que nem por um momento deixei de saber que ela estava lá, mesmo que não pudéssemos, por hora, trocar segredos ou bobagens. Do coração ela nunca saiu.

E eu nem precisei me esforçar para ver a garotinha entre as tantas estrelas naquele céu - aquela menina meio estranha, feito eu, que me prometeu estar lá sempre e cumpriu a promessa com louvor, em cada melhor ou pior momento. Aquela menina alegre e tagarela que se tornou, sem que nenhuma de nós realmente esperasse por isso, minha amiga. E a cada vez que ela aparece offline no msn para me interromper a leitura em troca de algumas horas de despreocupação com o mundo lá fora, eu agradeço por ela existir... E peço silenciosamente que ela não suma da minha vida agora que não nos veremos diariamente para conversas bobas, fones divididos e sequestro de cadernos entre as aulas. Porque um fato é que eu amo ter a amizade dessa moça... E outro é que eu espero mantê-la para sempre.

Mariana Viveiros, obrigada pelas crises de risos, pelas piadas sem graça, pelo apoio constante, pela companhia, pela confiança... Resumindo: Obrigada por tudo. Conte comigo sempre e para sempre.


das tantas coisas que eu penso sem falar...

Sabe, eu gosto disso... Gosto desse seu jeito de poeta de viver tudo com intensidade, seja amor, seja dor. Gosto do modo perfeito como nossos dedos se encaixam, sem sobrar espaço, sem faltar espaço. Gosto dessa maneira que só você tem de completar o que eu digo, seja segredo, seja bobagem. Gosto do modo como meus braços parecem ter sido feitos para rodear a sua cintura, seja em um abraço, seja puxando para um beijo. Gosto de quando você finge que acredita em mim, entre risos e sarcasmo, seja em uma teoria da conspiração, seja em uma história de terror. Gosto disso de não me importar com o que os outros dizem, principalmente quando eles não entendem - e, convenhamos, eles nunca entendem.

Gosto dessa sensação de leveza, de andar sempre dois centímetros sobre o chão, de andar sempre sem nenhum peso nos ombros, de andar sempre com essa vontade louca de rir de tudo e sorrir para todos. Gosto até mesmo de quando você ri de mim... Gosto até mesmo de fazer sempre esse papel de boba, louca, apaixonada. Gosto de não precisar de versos de outros porque meu coração fala por si só... Fala com o seu coração que eu sei - a cada batida ele diz que te ama. E antes de dormir ele sempre me lembra que existe vida sem você... Mas que eu não saberia mais  viver nesse mundo sem cor - não depois de você chegar com primavera, nascer do sol e arco-íris pra construir o nosso universo particular.

E mesmo que soubesse, eu nunca que iria querer algo assim... Algo vazio assim, frio assim, triste assim - feito um eu sem um você.


"Pode ser numa canção,
Pode ser no coração,
Eu só quero ter você por perto..."

(Por perto - Pato Fu)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um novo começo

Dezessete anos, quatro meses e três dias. Vinte e cinco cadernos que lhe serviram como diário, um travesseiro que escutou todas as suas confissões com atenção e um cobertor que lhe abraçou todas as vezes que ela chegou em casa tarde demais, com a maquiagem borrada e muitas palavras entaladas na garganta. Cinco amigos verdadeiros para lhe secar as lágrimas e apontar o caminho certo.

Setenta e três canetas multicoloridas em sua coleção, formando um verdadeiro arco-íris na caixinha de veludo onde as guardava... E quinze postais que ele lhe mandara quando aquele algo ainda parecia ser amor. Muitos gritos que apenas as paredes ouviram e algumas palavras que lhe acompanhariam, ela sabia, a vida inteira. Sua família não era a que dividia com ela aquele teto de vidro – era aquela que lhe esperava na esquina mais próxima todas as manhãs para lhe oferecer um trago, um gole e uma piada ruim.

E agora... O fim. Dezessete anos, quatro meses e três dias da sua vida desperdiçados em uma cidade pequena demais para os seus sonhos, com muitas pessoas que não mereciam o seu sorriso e umas poucas que faziam a sua vida valer a pena... E aquele era o fim. Era ali, naquele parque, que ela colocaria um ponto final naquele capítulo de sua história.

Abraçara com carinho cada um dos seus amigos, dividira entre ele os seus bens que não poderiam lhe acompanhar naquela jornada e tomara o último gole, dera o último trago, rira da última piada ruim... A seus pais? Um bilhete de apenas duas palavras: Adeus, enfim! E com nada mais que uma mochila nas costas e algumas economias no bolso, ela estava deixando tudo aquilo para trás... O mundo do qual queria se livras e as poucas coisas que iriam lhe fazer falta. Não estava fugindo de casa... Estava fugindo de uma vida inteira.

“Está pronta?”, a voz veio de algum ponto às suas costas.

Ela girou rapidamente em seus calcanhares, pondo-se de frente para a única coisa que ela não poderia deixar naquela cidade – sem contar, é claro, o par de All Star que estava em seus pés. Sorriu para a sua irmã – mais que isso: sua melhor amiga – atando o braço ao seu e pegando a passagem que ela lhe estendia: Uma passagem de avião só de ida... Uma chance única de realizar todos os seus sonhos. E todas as dúvidas desapareceram.

“Sempre estive”, respondeu simplesmente.

E, juntas, pularam a cerca que as separava do resto das suas vidas e buscaram a moita atrás da qual estavam as suas bicicletas. E aquele era o fim. Não... Aquele era apenas o começo.



"Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde quer que você vá
Que você me carregue..."

(Vamos Fugir - Skank)



Post feito para a 53ª Edição Visual do Projeto Bloinquês. (:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

24/12/2010 - 24/01/2011 (:

Não foi à primeira vista. Na verdade, não foi nem à segunda. Nem à terceira. Não foi conto de fadas nem grande história de amor... Foi comédia romântica - foi comédia romântica daquelas em que os personagens demoram um tempo insuportavelmente longo para perceberem que foram feitos para estarem juntos e tropeçam a cada pedra que encontram pelo caminho. E apesar de todos os parágrafos curtos demais e todas as vírgulas mal colocadas, essa sempre foi - como ainda é - a minha história favorita... Porque foi com você. Porque é com você. E eu não vou dizer que espero que esse seja apenas o primeiro mês de muitos que virão... Porque você sabe que espero. Não vou dizer que você tem a outra metade de mim porque você sabe que tem. Não vou dizer que te amo porque você sabe que amo.

Hoje eu só vou dizer que quero que sejamos felizes no começo, no fim e em tudo que estiver entre os dois. Que quero poder dizer que te amo mesmo quando brigarmos. Que quero que você possa dizer que me ama mesmo quando eu for orgulhosa demais para me desculpar. Que quero poder aparecer com uma rosa e saber que vai ficar tudo bem - sempre e, se possível, para sempre.

Feliz um mês de namoro.




"Eu podia estar sofrendo caído por aí
Mas com você eu fico muito mais feliz
Mais desperto
Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero..."

(Não vá embora - Marisa Monte)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tirou as palavras da minha boca:

"Eu escrevo músicas sobre minhas aventuras e desventuras, a maioria das quais diz respeito ao amor. O amor é um negócio complicado. Mas se não fosse, eu não estaria tão encantada com ele. Ultimamente eu cheguei a uma maravilhosa conclusão que me torna ainda mais fascinada por ele: Eu não tenho a menor ideia do que estou fazendo quando o assunto é amor. Ninguém tem! Não existe padrão para isso, exceto que acontece com todos nós, é claro. Eu não posso fazer planos. Eu não posso prever como vai terminar. Porque o amor é imprevisível e é frustrante e é trágico e é lindo. E apesar de eu não poder, de modo algum, me considerar uma especialista no assunto, vale a pena escrever músicas sobre ele - mais que sobre qualquer outra coisa que já experimentei em minha vida."

(Taylor Swift)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Se o coração bater forte e arder..."

E ela, sempre tão segura de si, jogou as cartas na mesa. Desistiu do blefe, desistiu do jogo, desistiu dos argumentos e das provocações. Decidiu deixar ser e só... Decidiu deixar de ser só. Foi com certa ironia que sorriu, tomando um gole da bebida, ao se dar conta de que o verão - o sempre tão detestado verão - terminara se revelando um perfeito cavalheiro, que lhe trouxera pela mão não só a paz que ela tanto queria, como também o amor que ela não esperava (ou será que esperava?). Não só céu azul e chuvas de verão, como também silêncio acompanhado, bobagens que sempre querem dizer mais, dedos entrelaçados e gestos bobos nos momentos certos. Não só tranquilidade, mas também um mundo de sonhos novos pra ela brincar de faz de conta.

Foi o começo feliz inesperado... E talvez exatamente por isso tenha sido o melhor.


"Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu, cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar..."

(Pra você guardei o amor - Nando Reis)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

No universo existe uma infinidade de astros... Um sem-fim de galáxias. Na nossa galáxia existem oito planetas. No nosso planeta existem cinco continentes. No nosso continente existem trinta e cinco países. No nosso país, vinte e seis estados e um distrito federal. No nosso estado, quatrocentos e dezessete municípios. Certo, vou parar por aqui... O fato é: Eu devo ter feito algo muito bom. Porque dentre infinitas possibilidades de espaço, sem contar as tantas de tempo, eu tive a sorte de encontrar você. Dentre as quase sete bilhões de pessoas no mundo, eu encontrei você - justamente aquela com quem esqueci a outra metade de mim.

E dentre todo um universo de palavras que eu poderia usar agora, acho que essas três são mais que suficientes: eu te amo.



"Quem vai dizer ao coração
Que a paixão não é loucura?
Mesmo que pareça insano acreditar..."

(Quando a gente ama - Oswaldo Montenegro)

sábado, 1 de janeiro de 2011

dos meus contos semi-reais...

Noite. O céu era apenas uma mancha preta pontilhada por estrelas, a lua estava ausente, descansando sua beleza, e a natureza produzia os sons habituais. Mesmo assim, a garota sorria. Estava sentada na mesma pedra áspera junto à mesma piscina não muito grande, não muito funda, de água límpida e azulada. Seus ouvidos captavam cada pequena movimentação – a cantiga habitual dos grilos parecia subitamente uma melodia que lhe fazia querer dançar. E ela não sabia dizer como, mas de repente aqueles pés – aqueles pés sobre os quais ela jurava ter absoluto controle – pararam seu movimento discreto, arrancaram-na de seus devaneios e a fizeram rodopiar pela noite.

Ela se sentia pisando em nuvens, com os olhos fechados e os braços estendidos, transformando cada som ali em uma valsa que apenas ela podia escutar. O vento acariciou seu rosto – era como um beijo... Um beijo de lábios macios e conhecidos. Ela podia sentir entre os seus braços a cintura fina, a pele morna e, sob seus dedos, o formato exato dos cachos escuros. O murmúrio da água soou em seus ouvidos como uma declaração sussurrada. “Também sinto sua falta”, ela respondeu, também à meia voz, também à meia luz. O vento soprou novamente, dessa vez tocando seus lábios – ela beijou de volta e quase pôde sentir o gosto.

Uma última volta pelo salão de dança, com os cabelos rodopiando às suas costas – podia imaginar dezenas de faces sorridentes, brincando de pique-esconde umas atrás das outras na medida em que se deslocavam... Então, o vento beijou suas pálpebras e veio o conhecido perfume – doce, suave... O melhor. Seus olhos castanhos cor de terra se abriram e ela quase esperou encontrar aquele conhecido tom castanho chocolate... Mas o que viu foram apenas as estrelas, consideravelmente menos brilhantes que os olhos que ela desejava ver, sorrindo-lhe do alto. Sorriu-lhes de volta e, sem pressa, voltou ao lugar onde estivera sentada. Deitou as costas na pedra fria e tornou a fechar os olhos. Em alguns dias, ela esperava, aquilo tudo seria verdade... Mas como alguns dias poderiam se assemelhar tanto a uma eternidade inteira?


"It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now..."

(Need you now - Lady Antebellum)

"Te amarei de Janeiro a Janeiro até o mundo acabar..."

"Desde que você chegou, o meu coração se abriu... Hoje eu sinto mais calor e não sinto nem mais frio. E o que os olhos não vêm, o coração pressente... Mesmo na saudade, você não está ausente. E em cada beijo seu... E em cada estrela do céu... E em cada flor do campo... E em cada letra no papel..." (Relicário - Nando Reis)

Porque nossas iniciais ficam juntas no alfabeto.
Porque você é uma péssima influência.
Porque eu te amo.


PS.: Sim, sim, eu fiz uma mudança radical no layout daqui do blog... Espero que vocês gostem. Ano novo, vida nova, layout novo. ^^
PPS.: Terminei não comentando, mas agora em dezembro o - what feelings sound like? fez um aninho de existência! *-* AEAE, obrigada a todos que estiveram aqui me aturando dando força sempre. Queria que vocês tivessem alguma noção do quanto são importantes. (: