quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sobre o futuro.

Daqui a cinco meses, vamos estar juntas de novo. Vou te puxar para perto de mim pela cintura e beijar a sua testa, vou entrelaçar meus dedos aos seus e confessar que senti sua falta todos os dias, vou te puxar para o meu colo e prometer que nunca mais vou te deixar - mesmo que nunca tenha, de fato, te deixado, já que meu coração ficou naquele anel que repousa em sua mão esquerda.

Daqui a cinco anos, vamos gritar para quem quiser ouvir que somos uma só alma dividida entre dois corpos. Vou estar parada ao lado do altar, com um cravo cor-de-rosa na lapela, e você vai atravessar o corredor da igreja com a leveza de quem pisa em sonhos, carregando um buquê de flores lilás. Vamos sorrir uma para a outra com lágrimas nos olhos , vamos ficar de mãos dadas a cerimônia inteira, vou te fazer chorar com meus votos e te beijar de um jeito que te faça rir. E vamos nos lembrar desse dia pelo resto das nossas vidas como o dia mais lindo...

Daqui a cinco décadas, seremos aquele tipo de casal que as pessoas olham, sorriem e dizem "Quero um amor assim, sabe?". Vamos ter conhecido uma infinidade de países, mas ainda teremos uma lista interminável para visitar. Vamos comprar sorvete para nossos netos e passear pelo campo nos domingos de sol, vamos sentar ao redor do fogo com canecas de chocolate quente e várias histórias sobre nossa juventude, nossas aventuras e nosso amor quando estiver frio. Vamos celebrar mensalmente o dia em que tudo começou e ainda vou te surpreender com flores e chocolates - e você ainda vai me olhar feio e me lembrar o quanto sou insuportável. Vou ter tantos problemas com a memória que você - que nunca foi boa com datas - vai ter que me lembrar de todos os aniversários, mas nunca vou esquecer quem você é e o quanto eu te amo. E vou ler para você quando sua visão estiver debilitada demais para isso, mas você sempre enxergará o suficiente para me dizer que sou um lindo rapaz - seu lindo rapaz. Vamos rir juntas o tempo inteiro, vou escrever, você vai desenhar e sempre vamos olhar ao mesmo tempo quando um de nossos gêmeos gritar: "Mãe!". E vamos rir mais ainda.

E eu sempre vou ter orgulho de beijar sua bochecha, segurar sua mão e dizer: "Ela é a mulher da minha vida". Vou te amar até o último dia da minha vida - e nem distância, nem tempo, nem ciúme, nem insegurança, nada nunca vai mudar o que eu sinto por você. Você sempre vai ser a minha menina.


"And there's no mountain too high
No river too wide
Sing out this song and I'll be there, by your side
Storm clouds may gather
And stars may collide
But I love you until the end of time..."

(Come What May - Moulin Rouge)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"Não vá embora, fique um pouco mais..."

Olha, menina... Olha pela janela: Não vê que está chovendo? Está tão frio lá fora... Tão cinza. Não vá embora, por favor. Fica um pouco mais. Só mais uns minutos. Sabia que tudo fica mais bonito com você por perto? É, tudo: O mundo, as pessoas e os meus pensamentos. Fica tudo mais colorido e com cheiro de você-e-eu. Fica tudo mais certo, mais bobo, mais poesia. Olha, olha os nós que os carros dão tentando passar... Os nós que as pessoas dão tentando passar e tentando fazer a dor passar. Os nós que o tempo ata e desata sem avisar. Não prefere os nossos nós, menina? Os nós dos nossos dedos, os nós dos nossos cabelos, os nós dos nossos beijos... Fica, menina. Fica que o tempo não vai conseguir desatar os nossos nós e nem o nosso "nós". Fica só mais um pouco... Só mais umas horas. Fica só até estar escuro demais lá fora pra você ir embora hoje - e aí fica pra passar essa noite, aproveita e fica pra passar a próxima também. Fica que eu te faço cafuné, brigadeiro e café. Fica que já é tarde demais pra você ir embora dessa minha vida, que ficou tão mais bonita depois que você chegou e me deu um nó, um "nós" e tanto amor pra cuidar.



"If I lay here,
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old,
Show me a garden that's bursting into life

All that I am, 
All that I ever was
Is here in your perfect eyes, they're all I can see

I don't know where, 
Confused about how as well,
Just know that these things will never change for us at all..."

(Chasing Cars - Snow Patrol)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"Eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava"

"Você aceita essa menina como seu legítimo amor, prometendo irritá-la sem deixar de ser seu ombro, nos domingos ensolarados e nas segundas-feiras chuvosas, de perto ou de longe, felizes-para-sempre-enquanto-durar?"

Ei, meu anjo... Antes que você responda, tem uma coisa que quero lhe confessar: Voltei a sonhar. Eu sei, eu sei... Isso é errado, certo? Mas não consigo evitar. É só fechar os olhos e pronto! Lá estão eles... Os sonhos. Os planos bobos. Se arrastam por debaixo das minhas pálpebras antes que eu possa detê-los e, quando dou por mim, já estou vendo lanternas japonesas flutuando em direção a um céu estrelado. E vejo dois pares de All Star jogados pelo chão do quarto, meio escondidos pela penumbra, meio enfiados debaixo da cama. E ouço o barulho da chuva colidindo contra a vidraça misturar-se a uma música baixinha - aquele tipo de música boba que toca no menu dos DVD's de comédia romântica. Se prestar muita atenção, quase posso ouvir o barulho de pratos, canecas e panelas e nossas risadas se juntando no ar. Quase posso sentir o cheiro de chocolate quente vindo da cozinha e disputando a minha atenção com o seu cheiro, presente em cada dobra das paredes e dos lençóis. E quase posso ver seus desenhos espalhados pela mesinha de cabeceira, onde eu os deixei na noite anterior, depois de afirmar pela centésima vez que são lindos e evitar uma briga inútil te atacando com cócegas até te fazer rolar pela cama e me beijar. Sorrio. Então abro os olhos e os sonhos estendem suas asas-coloridas-de-borboleta e voam pela janela aberta até se perderem no azul, cinza ou multicor do céu. Eu voltei a sonhar, minha menina... Primeiro você me fez voltar a acreditar. E agora estou até sonhando! Eu sei, eu sei... É terrível, não é? Certo, certo, prometo que vou parar de rir... Sei que não tem nada de engraçado nisso. É só que eu te amo tanto que até meu futuro te quer por perto. Tudo bem, tudo bem, não estou rindo! Ah, minha menina... Sou tão sua.

"Aceito"


"Happy to lay here
Just happy to be here
I'm happy to know you
Play me a song, your newest one
Please, leave your taste on my tongue
Paperweight on my back
Cover me like a blanket..."

(Paperweight - Joshua Radin feat. Schuyler Fisk)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Para a minha menina não esquecer.

Para ler ouvindo Los Hermanos:

É só disso que eu preciso: Meu mindinho enroscado no seu enquanto a gente conversa besteiras, ri de bobagens, confessa coisa séria e ri mesmo assim. Você entre os meus braços, a maneira como a gola da sua camisa fica com aquele cheiro exato que só você tem na esquina do pescoço com o ombro... Seu pescoço, que ri abertamente pra mim toda vez que te puxo pra mais perto, me provocando. Você me chamando de trapaceira porque interrompi sua raiva com um beijo, você tentando não sorrir quando te pirraço, você boba e desastrada, me contando que quase esqueceu o nosso aniversário de namoro. E eu confessando que já sabia, porque conheço esse seu jeito. E a maneira como afundo em seus braços, em seu cheiro, em sua respiração, na batida do seu coração - a maneira como deixo de me importar com  qualquer coisa que não seja a gente ali, a gente agora, a gente por quanto tempo for, mas sempre daquele jeito. É só disso que eu preciso: A gente daquele jeito. Perto demais, sua mão na minha cintura, minha mão na sua cintura, nossos olhos brincando de jogo do sério. Sua carícia suave em minhas costas, meus lábios colados em seu pescoço. O gosto de quero-mais que só seu beijo deixa em minha boca. Minha alma mergulhada de cabeça nisso e eu tentando disfarçar.

Já percebeu que de vez em quando ainda sorrio quando a gente se beija? É que a gente é tão perfeitamente desajeitada e minha alegria é tanta que às vezes não cabe em mim. E é só disso que eu preciso: Mais meio minuto de você dizendo o quanto me detesta só pra eu te puxar pra mais perto e te desafiar a repetir. E depois te interromper com um beijo, porque sei que você ama desafios e eu amo você.


"Ser assim, eu não
Prefiro assim com você
Juntinho, sem caber de imaginar
Até o fim raiar..."

(Morena - Los Hermanos)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

- E por que, quando te olho, você sempre ri?

- É que você tem esse jeito de me olhar, sabe? Não sei explicar direito... É só um olhar diferente de todos os outros, um olhar que faz o chão sacudir sob meus pés por um segundo e a minha garganta fechar completamente. E aí eu entro naquele estado de confusão em que eu sei exatamente o que quero dizer, mas não consigo colocar sequer duas palavras juntas e termino em silêncio, só te olhando, sentindo meu coração bater forte demais em meu peito e me perguntando se você consegue escutá-lo. É intenso, entende? Como se você pudesse enxergar a minha alma fácil assim - e como se gostasse do que vê mesmo quando nem eu tenho certeza  de que gosto. E isso me derruba e me reconstrói - melhor, mais feliz, mais inteira, mais coragem, mais certeza, mais boba. E eu tenho vontade de te puxar pra mais perto e te beijar algumas dezenas de centenas de vezes. E tenho vontade de parar o mundo e te levar comigo pra qualquer outro lugar, e tenho vontade de realizar todos os seus sonhos. E penso em um sem-fim de versos que sei que não vou conseguir juntar com uma melodia depois porque só encaixam com o ritmo da sua respiração. E tudo isso - essa maneira como você me deixa cor-de-rosa sem querer - me faz ter vontade de rir... Só por rir. Só porque eu te amo. E aí eu rio. Só porque adoro esse jeito que você tem de me olhar.


"As trinta e uma rosas do jardim são suas
E há somente um cravo, que é meu
E se você quisesse um arranjo ou um buquê,
Minha querida, o cravo era...


Seu sorriso é o que eu preciso
E quanto ao resto, eu juro, tanto faz..."


(Dois Sorrisos - Móveis Coloniais de Acajú)