segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Boba que sou...

Você lembra daquela comédia romântica que você viu na televisão ontem à noite? Talvez tenha sido semana passada ou mês passado. Talvez tenha sido até mesmo só uma pequena prévia no cinema de mais um dos filmes que você provavelmente não vai assistir. Lembra? Lembra do casal principal? Aquelas duas pessoas (per)feitas uma para outra... O casal que todos já tinham formado em pensamento, exceto eles dois. O casal que nunca imaginaria que terminaria como um casal. Lembra  do modo como eles olham um para o outro? Em silêncio, entre sorrisos, entre palavras que sequer precisam ser ditas... Se olham em silêncio por um minuto inteiro, então ela ri, envergonhada, e pergunta: "O que foi?" e ele responde: "Estava só olhando para você". Lembra da maneira como ele fala besteiras impossíveis para fazê-la sorrir? No meio do momento de suspense do filme, quando estão deitados juntos na grama do parque falando sobre a infância, quando a família dele a deixa nervosa no meio de um jantar. Lembra de como ela ri dessas piadas sem graça e os olhos dela brilham? Lembra de como ele sorri, bobo, e segura a mão dela logo em seguida? Lembra? Você lembra de como eles deitam juntos à noite e discutem os planos para o casamento, sussurram palavras de amor na penumbra do quarto e pegam no sono com dedos entrelaçados exatamente no mesmo momento? Lembra de quando, por outro lado, eles ficam acordados a noite inteira entre crises de risos e piadas, conversas que não fazem sentido e beijos? Lembra? Você lembra de como nada parece capaz de afastá-los? Eles pulam todos os obstáculos para estarem juntos e, quando é alto demais para pularem, enlaçam os braços e dão a volta no que quer que seja. Lembra? Lembra de como eles fazem guerra de espuma na hora de lavar os pratos? Você lembra de como eles tem um beijo desajeitado? Como de vez em quando os dentes colidem duas vezes seguidas e eles encontram intimidade suficiente para rir, com carinho e sem constrangimento, e continuar de onde tinham parado? Lembra de como se pirraçam e fazem ciúmes um no outro, como usam apelidos bobos com naturalidade, como de vez em quando agem como doentes mentais só porque se amam demais para serem completamente sãos? Lembra de como ele paga o ingresso do cinema para ela, aparece com flores sem motivo, abre as portas para ela passar? Lembra de como ela reclama disso tudo, mas, no fundo, não queria que ele fosse diferente (e ele sabe disso)? Você lembra de como ela sempre odiou surpresas, detestou ser encarada por muito tempo e prometeu nunca amar ninguém novamente? Lembra de como ele jurou nunca perdoar algumas coisas, nunca apresentar a namorada à família, nunca se deixar apaixonar tão completamente? Lembra de como ele faz tudo o que ela mais odeia, ela é tudo o que ele não queria e não esperava e mesmo assim eles não conseguem deixar de se amar? Sabe como eles se acham perfeitos um para o outro exatamente por não serem o que esperavam encontrar no amor? Alguns dizem que esses casais são o "casal de contos de fadas" das adolescentes. Já ouvi até mesmo alguns amargos dizerem que essas histórias, esses casais tão perfeitamente imperfeitos, não passam de ilusões criadas para despedaçar corações e sonhos de garotinhas que cresceram acreditando no príncipe encantado. Já estive, confesso, no meio desses amargos. Hoje sou doce... Sou doce e cor-de-rosa. E tudo porque encontrei a minha princesa dos contos de fadas, a minha menina das comédias românticas, o meu amor da vida real. Ela é a menina com quem estou disposta a casar, com quem quero estar na hora de enfrentar o mundo, a quem não me importo de dar o último gole do chá de pêssego. Ela é a menina que me provou que contos de fadas, comédias românticas, ilusões ou como quer que queiram chamar, podem, sim, se tornar realidade... E que a realidade pode, sim, ser melhor que qualquer sonho. Nós somos aquele casal da comédia romântica. E eu nunca pensei que pudesse ter tanta sorte...


"Come what may
Come what may
I will love you
Until my dying day..."

(Come What May - Moulin Rouge)

1 comentários:

MK disse...

você cansar de ver comentários meus aqui falando que amo seus textos né?
Mas fazer o que? Eu amo!