sábado, 4 de junho de 2011

Sobre dois trapézios e um salto.

"Maybe I'm in the black, maybe I'm on my knees
Maybe I'm in the gap between the two trapezes
But my heart is beating and my pulses start
Cathedrals in my heart"

(Every teardrop is a waterfall - Coldplay)



É exatamente isso, sabe? Eu me sinto exatamente assim: Como uma trapezista em seu primeiro salto sem a rede de proteção. É aquela sensação louca de obrigar meus dedos, dormentes por uma mistura indefinível de medo e ansiedade, a soltar seu último porto seguro. É me atirar na imensidão sabendo que não tem absolutamente nada para amortecer a queda caso eu não consiga agarrar o outro trapézio a tempo. É o coração batendo mais rápido do que eu pensei que ele pudesse e, ainda assim, minhas ideias estarem confusas e nubladas, como se nada pudesse oxigenar o meu cérebro o suficiente para ele voltar a trabalhar em ritmo normal. São minhas mãos tremendo quase que imperceptivelmente - o que mais treme é minha alma, mas isso ninguém consegue ver. É a minha tentativa patética de confiar cegamente que não vou cair... É a sensação incrível de estar voando e a maneira como não consigo me preparar para o fim, mesmo sabendo que vai durar apenas alguns segundos. Dizem que é loucura... Mas talvez eu tenha enlouquecido.

(Deixa pra lá, vai... Me deixa pensar. Não precisa entender não. Eu não faço sentido mesmo. É só que agora eu lembro de você toda vez que passo por uma flor lilás... E agora eu fico cantarolando aquela música em algum canto obscuro da minha cabeça... Mas não faz mal. Um dia vai fazer e eu sei que vai... Mas hoje? Hoje não faz mal. Hoje eu só quero mais cinco minutos de você.)

4 comentários:

Rafa Sady disse...

Eu espero que vc agarre o outro trapézio a tempo. Quem sabe? Tudo é possível.
Felicidades, estrelinha (:
:*
P.s.: Eu te amo

Rachel ' disse...

Oi, eu espero muito que vc aproveite esse momento de sentir como se estivesse voando, aproveita tudo!Queria te pedir um favor, sei que sou uma completa estranha mas vivo "um relacionamento" totalmente complicado e sou completamente fascinada por tudo o que vc escreve,queria perguntar se posso te mandar um email (no endereço do msn)te contando tudo...porq eu acho que vc pode me dar ótimos conselhos,(já que não ta envolvida com a situação)...obrigada - e não se assuste, eu estou desesperada!

G I L B E R T O disse...

T, cherrie!


Amar é justamente isso.
É saber que tudo é um grande risco, é o famoso salto sem rede de proteção (como bem dissestes em tua crônica), no entanto, não é justamente nessa caracteristica tão atavica do amor que está incrustada as maravilhas e o encanto dele?

Minha amiga, parece que o perfeito não nos encanta, porque não conhecemos e não podemos conhecer a perfeição, somos falhos, a perfeição nos atemoriza.

Assim, é os riscos e imperfeições que o amor nos transmite que nos leva a ele com todo o afinco e obsessão, amamos, amamos e amamos, mesmo sabendo que ao final de tudo, tudo o que sobra pode ser o chão, a sarjeta, ou o muro onde batemos a cara.

Mas, ainda assim, ainda que amar seja sofrer, conforme dizia menotti del Pichia, é melhor sofrer, porque não amar.... minha querida, não amar é sofrer muito mais!!!

Fernanda Zanol. disse...

Te entendo. Não é muito boa essa sensação de estar num trapézio e poder cair a qualquer momento...

Tô de blog novo, passa lá?
beeijo :*